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SÃO PAULO – A realidade da Bovespa começa a dar sinais de mudança ao final de sua segunda semana seguida de ganhos acumulados. Nesta sexta-feira (28), o Ibovespa celebrou uma alta semanal de 5,04%, a 49.768 pontos ao terminar o dia com ganhos de 0,24%, em seu 9ª pregão positivo em 10 dias. Desta forma, o índice alcançou seu melhor patamar desde 15 de janeiro, quando fechou nos 50.105 pontos. Apesar do corte do rating brasileiro no começo da semana, o desempenho do benchmark da bolsa brasileira refletiu o otimismo dos investidores com a queda da aprovação da gestão da presidente Dilma Rousseff, apresentada na véspera pelo Ibope/CNI, além da fuga de capitais estrangeiros da Rússia para a Bovespa.
Para a equipe de análise da XP Investimentos, o noticiário da Rússia contribui para que os “gringos” deixem posição lá para entrar com mais ímpeto em outros mercados – e um dos escolhidos acabou sendo o Brasil, decisão reforçada com a nova pesquisa Ibope/CNI, que mostrou a gestão da presidente Dilma com 36% de aprovação, ante 43% registrados na última pesquisa.
Com isso, o mercado brasileiro viu a bolsa registrar um aumento em seu volume financeiro – movimento que se intensificou na véspera. Nesta sexta-feira, o giro financeiro da Bovespa foi de R$ 7,06 bilhões, enquanto na última quinta-feira, o volume foi de R$ 10,39 bilhões – quase o dobro da média dos últimos 21 pregões.
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Nem mesmo o corte do rating soberano do Brasil de BBB para BBB-, anunciado pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s no começo da semana, foi capaz de mudar os ânimos do mercado na semana. Segundo especialistas do mercado, tal evento já estava precificado nas ações da Bovespa, uma vez que a preocupação das agências de rating com a “falta de comprometimento” – conforme apontou a própria S&P – do governo com a questão fiscal já era visível.
Nesta data, também chamou a atenção o resultado do setor público de fevereiro, que ficou acima do esperado do mercado pelo mercado ao apresentar um superávit primário de R$ 2,13 bilhões no mês. O déficit nominal do setor público somou R$ 161,86 bilhões em 12 meses até fevereiro. Também vale destacar o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), que acelerou alta para 1,67% em março, ante elevação de 0,38% em fevereiro.
Dólar cai 3% e renova mínima
Acompanhando o momento de euforia do mercado, o dólar renovou por diversas vezes na semana sua mínima do ano. Entre os dias 24 e 28 de março, a moeda americana mostrou desvalorização acumulada de 3,05% ante o real, terminando o período cotada a R$ 2,2594. Nesta sexta-feira, a desvalorização da divisa foi de 0,38%.
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Destaques do pregão
No noticiário corporativo, chama a atenção o resultado da Rossi Residencial (RSID3, R$ 1,76, +6,67%), que teve lucro líquido de R$ 2,5 milhões de reais entre outubro e dezembro, ante prejuízo de R$ 338,4 milhões um ano antes. Enquanto isso, a Eletrobras (ELET3, R$ 6,30, -0,94%; ELET6, R$ 10,78, +1,70%) registrou um prejuízo de R$ 6,287 bilhões em 2013 e de R$ 5,5 bilhões no trimestre. A companhia divulgou a proposição do pagamento de juros sobre o capital próprio referentes ao ano de 2013.
Em meio a noticiário conturbado, a Oi (OIBR4, R$ 3,23, +1,57%) informou que enviará à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o mais rápido possível, os esclarecimentos para retomar sua oferta pública de ações. A operação foi suspensa por 30 dias depois de declarações dadas à imprensa ontem pelo presidente da companhia, Zeinal Bava.
Destaque ainda para o leilão da usina de Três Irmãos (SP), a primeira a ser devolvida à União por um concessionário. A Novo Oriente ganhou o leilão, apresentando proposta que não teve deságio. Atualmente, a Três Irmãos é operada pela Cesp (CESP6, R$ 26,33, +0,88%), geradora de energia controlada pelo governo do Estado de São Paulo.
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Ainda nessa sessão, também vale destacar a virada das ações da Petrobras (PETR3, R$ 15,01, +1,28%; PETR4, R$ 15,66, +0,58%), dando sequência às fortes altas da véspera. Os papéis da estatal estão na lista dos 3 que mais se valorizaram na semana – ganhos acumulados de 11,70% e 11,19%, para os preferenciais e ordinários, respectivamente – acompanhados pelas ações ordinárias do Bradesco (BBDC3, R$ 33,22, -0,54%), que registraram alta de 12,99% no período.
As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
RSID3 | ROSSI RESID ON | 1,76 | +6,67 | -13,73 | 13,97M |
PDGR3 | PDG REALT ON | 1,40 | +3,70 | -22,65 | 106,49M |
BRML3 | BR MALLS PAR ON | 19,05 | +3,53 | +11,73 | 88,43M |
GOLL4 | GOL PN N2 | 11,13 | +3,15 | +6,20 | 15,61M |
ESTC3 | ESTACIO PART ON | 22,24 | +3,06 | +8,97 | 86,15M |
As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
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Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
BRFS3 | BRF SA ON | 45,20 | -2,80 | -7,43 | 132,81M |
SANB11 | SANTANDER BR UNT ED N2 | 12,12 | -2,26 | -0,55 | 49,85M |
CSNA3 | SID NACIONAL ON | 9,89 | -2,08 | -31,22 | 64,13M |
LIGT3 | LIGHT S/A ON | 18,65 | -1,37 | -15,69 | 20,75M |
BBAS3 | BRASIL ON | 22,22 | -1,29 | -6,85 | 139,59M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN | 15,66 | +0,58 | 653,59M | 527,14M | 60.364 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCO PN | 33,24 | -0,60 | 426,09M | 312,47M | 24.472 |
VALE5 | VALE PNA | 27,81 | -0,14 | 347,21M | 447,54M | 31.292 |
BBDC4 | BRADESCO PN | 30,70 | +0,23 | 336,48M | 251,86M | 24.141 |
PETR3 | PETROBRAS ON | 15,01 | +1,28 | 210,72M | 184,63M | 21.002 |
BBSE3 | BBSEGURIDADE ON | 24,15 | 0,00 | 186,58M | 135,71M | 24.739 |
BVMF3 | BMFBOVESPA ON | 10,95 | +1,86 | 181,88M | 118,90M | 21.201 |
VALE3 | VALE ON | 31,01 | -0,32 | 165,00M | 163,90M | 14.258 |
BBAS3 | BRASIL ON | 22,22 | -1,29 | 139,59M | 177,28M | 15.850 |
CCRO3 | CCR SA ON | 17,31 | +1,23 | 138,71M | 83,52M | 17.771 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
Outros destaques
O dia também foi positivo nas bolsas internacionais, com os três principais índices acionários dos Estados Unidos terminando o dia com altas entre 0,1% e 0,5%. Por lá, o PCE (Preços de Gastos com Consumo Pessoal) teve leve alta de 0,1% em janeiro, enquanto o núcleo do índice avançou 0,1%. Em termos anuais, o PCE teve alta de 1,1%, enquanto a meta do Federal Reserve é de 2%.
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Já os gastos com consumo pessoal dos norte-americanos subiram 0,3% em fevereiro ante janeiro, indicando que a recuperação dos EUA ganha forças. Enquanto isso, a renda pessoal teve alta de 0,3% em fevereiro, levemente acima da previsão de 0,2%. Já o sentimento do consumidor feito pela Universidade de Michigan ficou em linha com o esperado pelo mercado.
Na Ásia, dados divulgados nesta sexta-feira sinalizaram que o país está combatendo a deflação e animou os investidores. O índice de inflação ao consumidor subiu para 1,3% em fevereiro, na comparação anual, e ficou em linha com as expectativas do governo. Já as vendas ao varejo cresceram 3,6% em relação ao ano anterior, superando as estimativas do mercado.
Já na China, o premiê Li Keqiang afirmou que o governo vai implementar medidas direcionadas para ajudar a economia, aumentando os rumores de que o governo irá injetar estímulo.
Na Europa, com a notícia de que o número de tropas russas aumentou perto da fronteiras da Ucrânia, o impasse da Crimeia continuou no radar. Do lado macroeconômico, o índice que mede os gastos dos consumidores atingiu 0,7%, ficando abaixo das estimativas do mercado. Já na Espanha, as vendas no varejo a caíram para 0,5% em fevereiro, em seu ritmo mais rápido desde dezembro. No Reino Unido, o PIB cresceu 0,7% no último trimestre de 2013.